10 Mudanças para as famílias viajarem mais pelo Brasil

13 de abril de 2014

Praia do Jabaquara llha Bela
Praias paradisíacas: temos que cuidar de nosso maior patrimônio!!
Esta é a primeira participação do "Trilhas e Cantos" em uma blogagem coletiva. A Adriana Pasello do Blog Diário de Viagem lançou a proposta de colocarmos em pauta mudanças que são necessárias para as famílias viajarem mais pelo Brasil. Aliás, muitos pontos representam melhorias até para quem não viaja com crianças. Seguem aqui minhas ideias!!

1) Preços menos abusivos
Os preços de produtos e serviços no ramo hoteleiro e gastronômico no Brasil já foram ridicularizados na mídia internacional. E fica sempre a pergunta: será que os preços são altos porque pagamos o que se cobra??
Sinceramente, eu não vejo sentido em qualquer restaurante cobrar R$ 30,00 ou até R$ 35,00 por um menu infantil que se resume a um prato contendo algumas colheres de arroz, batata sorriso e um bifinho. Pois já me cansei de ver estes preços em restaurantes daqui, especialmente em cidades turísticas. Ok, o dono do estabelecimento pode justificar que paga muitos impostos, tem um custo alto para manter o restaurante, etc.
Mas no ano passado (2013) na Alemanha, eu costumava pagar de 3 a 5 euros pelas refeições para o meu filho, em cidades turísticas, o que não foi muito diferente na nossa última viagem pela Espanha.
Outra coisa são os preços de hotéis. Um exemplo: qualquer hotel razoavelmente bem localizado em Campos do Jordão custa mais que um similar em Granada, na Espanha. Ah, tá... mas Granada não tem nada de especial, né? Quem quer conhecer Alhambra? Quem quer esquiar em Sierra Nevada? Não é questão de desqualificar Campos, que é um lugar que eu amo!!! Mas não quero me sentir explorada ao ir pra lá!

2) Mais transparência
Muitas vezes os serviços, além de serem caros, não são transparentes. Em uma situação, quando meu filho tinha apenas 5 meses, reservei uma pousada em Monte Verde que tinha uma estrutura de lazer linda: jacuzzi, sauna, etc. Fiz a reserva por telefone, mas somente ao chegar lá, fomos informados que teríamos que pagar à parte para usufruir desta estrutura. O site da pousada omitia esta informação. Ao argumentarmos com a proprietária, ela disse que era "normal", pois muitos hotéis da cidade faziam isso. Mas não é correto, né??!!

3) Menos "tourist traps"
Este termo, que literalmente significa "armadilha para turista", é muito usado em comunidades de viajantes, então resolvi adotá-lo aqui... Já vi situações bem embaraçosas a este respeito. Em janeiro, em Ilhabela, fui procurar um passeio de barco para a praia do Bonete. Consultei uma agência, onde me informaram que eram os únicos que faziam este serviço na Ilha... Ao voltar para a pousada, descobri pelo menos mais umas 4 companhias que faziam a mesma coisa...
E no final do ano, fazendo uma trilha em uma praia de Ubatuba, passamos por um grupo grande de pessoas que estavam fazendo este passeio com guia (pagando, é claro!). Era totalmente desnecessário, pois a trilha é muito demarcada, e é um lugar público. Imagine então, a quantidade de "armadilhas" que existem em uma cidade cheia de estrangeiros como o Rio de Janeiro...

4) Melhores estradas
Nunca é demais lembrar o quanto uma estrada em más condições pode ser um empecilho para uma viagem feliz. Não me refiro somente à questão da qualidade, mas também ao risco de ficar horas em um engarrafamento. Quem já ficou preso em um congestionamento com criança no carro? É desesperador, não? Sobre a qualidade das vias, há quem diga que as estradas estão melhorando. Mas, às vezes, às custas de tanto pedágio que acaba ficando mais barato ir de avião!!

Serra Cunha Paraty
"Estrada" que liga Cunha, SP a Paraty, RJ (Janeiro de 2011)


5) Infra-estrutura
Pegando carona na questão das estradas, fiquei pensando na infraestrutura das cidades: como exemplo, tomo o litoral norte de São Paulo. A principal rodovia que dá acesso a esta região, a Tamoios, tem passado por uma obra de duplicação. As obras deveriam ficar prontas em novembro de 2013, mas da última vez que passei por lá em janeiro, ainda não estavam concluídas. O próximo passo é duplicar a descida da serra. No entanto, muitos se preocupam com o impacto que esta duplicação pode ter no litoral: não existe, por exemplo, suficiente tratamento de esgoto, mas uma estrada melhor tende a aumentar o número de turistas. Não é difícil imaginar as consequências disso para a conservação das praias (imagine levar as crianças em praias impróprias?).

6) Cuidados com o meio ambiente
Penso que os maiores atrativos turísticos no Brasil sejam nossas belezas naturais. Mas ainda existem poucas iniciativas sérias de manter este patrimônio. Um exemplo bem sucedido é o Projeto Tamar, que se funda principalmente na educação para a preservação das tartarugas marinhas. A despeito disso, há pessoas que deixam lixo na praia, o que pode ameaçar muitos animais marinhos!!
Projeto Tamar
Projeto Tamar em ação na Praia da Almada - Ubatuba, SP
Em contrapartida, volto ao litoral norte de SP: como pode uma cidade como Ubatuba, com praias tão lindas e algumas até bem preservadas, não ter uma coleta seletiva de lixo?? 

7) Mais segurança
Mais segurança não se refere somente ao medo de ser assaltado durante uma viagem (o que já é suficiente para acabar com a diversão!), mas também, ficar à vontade para estacionar seu carro em uma via pública sem ser constrangido(a) a pagar um valor pré-fixado pelo "olhador"! E quem nunca passou por isso em um destino turístico? 

8) Mais e melhores informações
Neste ponto, podemos colaborar bastante, divulgando mais nossas experiências de viagem pelo Brasil. Percebo que quando vou procurar informações sobre roteiros no exterior, encontro um monte de informações, mesmo em blogs nacionais. Mas procurar informações sobre destinos nacionais é sempre mais árduo. Talvez fiquemos com a impressão de que falar sobre um destino internacional seja mais útil (ou glamouroso...). Mas aí, os destinos mais acessíveis ficam meio esquecidos. 

9) Melhor sinalização

Além de informações imparciais sobre os destinos a serem visitados, as estradas, bem como as ruas das cidades, deveriam ser melhor sinalizadas. Muitas vezes fica difícil encontrar um ponto de interesse pois faltam placas indicativas. 

10) E não custa lembrar a questão dos nossos aeroportos. Eles são insuficientes e carecem de condições ideais para crianças. Mas existem coisas pequenas, fáceis de serem seguidas. Por exemplo: na nossa última viagem, ao passar pelo setor de segurança no aeroporto de Madri, notei que havia um "cercadinho", para que os pais e mães que viajam sozinhos com bebês, pudessem deixar os pequeninos, ao passarem pelo detector de metais.

Com tudo isso, parece que fica um cenário meio "pessimista". Mas a ideia é o oposto disso: sugerir e criar condições melhores - umas mais fáceis e outras mais difíceis de serem atingidas - para que nos sintamos mais motivados a viajar em um país tão lindo e tão diverso!! E o melhor de tudo: que fala nossa língua!!! 
Para dizer a verdade, fiquei até com vontade de colocar o pé na estrada... Afinal, #queremosviajarpeloBrasil!!! #viajepeloBrasil!!

Aqui, links para os blogs que estão participando e sugerindo ideias muito interessantes para melhorar a vida de quem quer viajar em família pelo Brasil!!


Adriana Pasello do Diário de Viagem
Márcia Tanikawa do Os Caminhantes Ogrotur
Débora Godoi Segnini do Gosto e Pronto
Erica Piros Kovacs do Viagem com Gêmeos
Francine Agnoletto do Viagens que Sonhamos
Sut-Mie Guibert do Viajando com Pimpolhos
Ana Cintia Cassab Heiborn do Travel Book
Flávia Maciel do Bebê pelo Mundo
Cláudia Bins do Mosaicos do Sul
Patrícia Tabalipa do Roteiro Baby Floripa
Andrea Almeida Barros do Do RS para o Mundo
Patrícia Papp do Eu Viajo com Filhos
Susana Spotti do Viagem Simplesmente
Andrea e Luciano do Malas e Panelas
Patrícia Longo Tayão do Viajar Hei


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